O crescimento da tecnologia, a busca por produtos cada vez mais personalizados e as incertezas do futuro: conheça as Tendências Globais de Consumo para o ano de 2023!
Acompanhando de perto as novidades recorrentes da indústria, nos mantemos atentos na interpretação e análise de pesquisas de mercado realizadas anualmente por institutos especializados no assunto. Deste modo, confira a seguir os principais insights relacionados ao consumo global deste ano.
Panorama Geral
Nos últimos dois anos, os consumidores tiveram uma mentalidade comunitária, colocando suas próprias necessidades em segundo plano para priorizar a saúde e a segurança pública. Passada a pandemia, em 2023 as pessoas estarão ansiosas para se concentrar novamente em si mesmas, com as marcas podendo ajudá-las a ocupar o centro do palco nos próximos anos.
Mentalidade “Eu”
A pandemia interrompeu grande parte da rotina, deixando as pessoas com a oportunidade de se redefinir. As marcas ao redor do mundo estão reconhecendo a necessidade crescente dos indivíduos se solidificarem e celebrarem sua individualidade, visto que os mesmos estão agindo com base na ideia de que não precisam ser como eram no passado.
Os consumidores estão prontos para um aumento de confiança, sendo papel das marcas o fornecimento de novas experiências ou produtos que alimentem a curiosidade de cada um à medida que formam novos gostos, rotinas e preferências que se alinham com quem são ou querem ser.
Segundo a pesquisa realizada pela Mintel:
“Os consumidores estão se colocando no centro de suas vidas”.
- 50% dos adultos chineses que seguem a cultura fitness concordam que seu interesse afetou sua atitude de vida;
- 44% da Geração Z dos EUA concorda que encontrar maneiras de celebrar tornou-se mais importante para eles agora do que antes da pandemia de COVID-19;
- 25% dos consumidores do Reino Unido que participaram de algum hobby/interesse nos últimos 12 meses os adotaram como uma forma de expressão criativa.
O que está por vir?
É da vontade dos consumidores avançarem rapidamente para recuperar o tempo perdido, mergulhando em suas atividades preferidas com entusiasmo, buscando produtos ou serviços personalizados que correspondam ao seu nível de habilidade. Por outro lado, os mesmos buscarão maneiras de se tornarem mais resilientes às mudanças enquanto se preparam para as incertezas do futuro. A demanda por produtos focados em saúde mental e bem-estar crescerá à medida que procuram entender seus “pontos cegos” e trabalham ativamente para superá-los.
Confira a pesquisa realizada pela Mintel:
“Os consumidores precisam de ajuda para preencher as lacunas com ofertas que facilitem a aquisição e o crescimento de habilidades”.
- 64% dos adolescentes da Geração Z dos EUA concordam que sentem que perderam dois anos de suas vidas por causa da pandemia de COVID-19;
- 45% dos consumidores tailandeses concordam que novos produtos/serviços de tecnologia que podem ser incorporados em sua vida diária seriam atraentes;
- 43% dos consumidores chineses concordam que as incertezas em suas vidas os levaram a prestar mais atenção à melhoria das habilidades pessoais (trabalho, estudo, etc).
O metaverso deverá ser utilizado para o desenvolvimento de identidades únicas que combinem com o ambiente digital de cada um. O resultado representará em identidades fragmentadas, nas quais constroem e expressam diferentes partes de si mesmos online, dependendo da plataforma ou contexto em que estão trabalhando. Com isso, haverá um maior movimento pela privacidade de dados e proteção do consumidor.
Poder para as pessoas
As empresas estão se adaptando a um novo modelo, onde o consumidor passa a desempenhar papel como co-criador. Plataformas sociais populares como o TikTok priorizam a auto expressão, levando as pessoas a desenvolverem e mostrarem sua criatividade durante a realização de diversas atividades. Deste modo, as marcas estão aproveitando esse espírito criativo para os processos de desenvolvimento de produtos, mostrando seu compromisso com a colaboração através de cargos criativos que geralmente são preenchidos (mesmo que simbolicamente) por celebridades, influenciadores, crianças ou usuários comuns de produtos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela MINTEL, sobre o tema: “O crescente poder do do marketing de influenciadores, observou-se que:
- 41% dos consumidores do Reino Unido concordam que as marcas diretas ao consumidor têm uma conexão mais pessoal com os clientes do que as marcas tradicionais;
- 37% dos usuários de mídia social dos EUA que seguem influenciadores dizem que acompanham blogueiros de nicho;
- 20% dos usuários alemães de mídia social seguem influenciadores em tempo integral nas mídias sociais, em comparação com 5% que seguem líderes empresariais.
A Hiperfadiga
O aumento do custo de vida, a crise energética, a agitação geopolítica e a crise climática afetaram e continuarão afetando as pessoas, causando fadiga e sensação de opressão.
A tecnologia desempenha um importante papel na vida dos indivíduos. Em contrapartida, muitos se preocupam com seu uso excessivo, observando impactos negativos no bem-estar mental e consequentemente, desejando reduzir o tempo de tela. Muitas pessoas ainda não estão convencidas dos reais benefícios em espaços como o metaverso, NFTs ou criptomoedas, o que pode fazer com que sintam-se desengajadas.
Uma pesquisa realizada pela Mintel demonstrou que no ano passado os consumidores americanos dizem ter experimentado:
- 49% Stress;
- 38% Ansiedade;
- 22% Exaustão Mental;
- 20% Burnout.
Retiros que ofereçam uma “desintoxicação digital” e a oportunidade para as pessoas se aprofundarem na natureza atrairão alguns, enquanto outros navegam em seu bem-estar por meio de aplicativos. Iniciativas de caridade e projetos comunitários nascidos de colaborações desempenharão um papel intrínseco no combate aos níveis de fadiga, capacitando as pessoas a assumirem o controle e ajudando-as a construir uma perspectiva positiva em meio às adversidades financeiras.
Embora a saúde mental tenha liderado a trajetória de bem-estar, os consumidores irão querer descobrir mais sobre como proteger suas mentes e corpos através de práticas espirituais, bem como soluções emergentes de bem-estar que estão no horizonte.
A demanda por opções convenientes e experiências interativas continuará a crescer, o que significa que a tecnologia irá desempenhar um papel vital e influente nas experiências de cada um. Em cinco anos, as marcas precisarão estabelecer limites para ordenar o fluxo de informações, além de iniciativas que permitam o estabelecimento de conexões saudáveis com os recursos dos espaços de tecnologia , bem-estar e lazer.
Localismo Internacional
Muitos consumidores associam produtos locais a práticas mais sustentáveis, levando os varejistas a cultivarem essa conexão, aproveitando as distâncias mais curtas que seus produtos locais necessitam percorrer. As marcas estão sendo transparentes sobre onde e como seus produtos são feitos, permitindo que os compradores vejam os bastidores por meio de transmissões ao vivo, postagens em mídias sociais e códigos QR.
Durante os próximos dois anos, os indivíduos continuarão a crescer mais ligados ao ambiente local à medida que o mundo enfrenta uma crescente insegurança geopolítica e financeira. Muitos continuarão a apoiar as economias, comunidades locais e buscar maneiras de se conectar localmente, aprofundando o espírito de identidade compartilhada.
O “Localismo” passará a significar o apoio às comunidades onde o produto é fabricado e não onde o consumidor está localizado. De fato, capacitar comunidades em todo o mundo desempenhará um papel significativo no interesse e fidelidade à marca.
Segundo a Mintel, em uma pesquisa realizada sobre o tema “Os consumidores preferem empresas e marcas socialmente responsáveis”, demonstrou-se que:
- 91% dos consumidores chineses dizem que provavelmente comprarão de uma marca que demonstre responsabilidade social;
- 60% dos consumidores americanos preferem estar associados a empresas/marcas alinhadas com seus valores;
- 45% dos consumidores do Reino Unido dizem que preferem se envolver com instituições/empresas que promovem a igualdade.
As marcas irão reavaliar suas cadeias de suprimentos e a dependência de outros países. A longo prazo, isso levará a exploração de mudanças estratégicas em direção ao uso de matérias-primas domésticas ou pelo menos a uma estrutura de fornecimento mais diversificada. Com os impactos do aquecimento global, mais compradores examinarão se as marcas globais levam a sério seus compromissos locais.
Gastos Intencionais
Os consumidores estão se concentrando novamente no que o valor significa para eles e gastando intencionalmente como resultado. Em um ambiente econômico difícil, os mesmos querem fazer escolhas financeiras inteligentes, sem sacrificar a qualidade de vida. A flexibilidade, durabilidade e sustentabilidade desempenharão papéis cada vez mais importantes na equação de valor.
Em relação a como os consumidores estão lidando com o aumento dos preços, a pesquisa realizada pela Mintel revelou que:
- 71% dos consumidores tailandeses dizem que gastar menos em mantimentos se tornou uma prioridade desde o início da pandemia;
- 45% dos consumidores norte-americanos que compram determinados produtos de higiene pessoal dizem ter escolhido um produto/marca alternativo devido aos aumentos de preço no último ano;
- 39% dos consumidores do Reino Unido que compraram itens de moda nos últimos 12 meses dizem que os mesmos podem ser usados em diversas ocasiões;
- 37% dos consumidores chineses que fazem compras em supermercados gastaram menos comendo fora em setembro de 2022 em comparação com o mês anterior.
Nos próximos 18 meses a 2 anos, espere que as alterações das circunstâncias levem a mudanças nos hábitos e estilos de vida. Haverá um maior foco em durabilidade, flexibilidade e atemporalidade, além da transparência das marcas serem avaliadas com muito mais rigor.